Contatos de alta e baixa intensidade durante uma campanha eleitoral
Neste texto, vamos discutir sobre as formas mais comuns de interação entre o candidato e os eleitores.
Ao final, você vai compreender o que são contatos de alta e baixa intensidade, quando é pertinente fazer uma campanha “porta a porta” e em quais tipos de centros eleitorais você realmente pode fazer isso.
Boa leitura!
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Estudos sobre os diferentes centros eleitorais
Em uma campanha eleitoral, o candidato que está sujeito a disputa de um cargo eletivo vai encontrar vários e inesperados problemas nesse período.
Tendo em vista todas essas dificuldades, é preciso que o candidato saiba que nunca vai conseguir solucionar a todos elas. Entretanto, para que a campanha ocorra da melhor forma possível é preciso prestar atenção a alguns aspectos principais, que se forem colocados de lado, comprometem a campanha como um todo, como:
- Otimização do tempo: devido ao período da campanha eleitoral ser curto, caso o candidato não se organize de forma eficiente, certamente faltará tempo para a realização de seus projetos;
- Economia de dinheiro: sem dinheiro fica mais difícil que o candidato contrate funcionários ou realize projetos voltados a promover sua candidatura;
- Levar suas propostas da melhor forma ao eleitor: mesmo que o candidato tenha todo tempo ou dinheiro do mundo, quem vai garantir a sua vitória no dia da votação será o eleitor. Assim, é preciso que este conheça e seja simpático à suas propostas.
Nesse sentido, é importante que um estudo seja feito antes de serem traçadas as estratégias de marketing de uma campanha eleitoral. Essas estratégias devem levar em conta vários fatores, entre eles o tipo de centro eleitoral no qual o candidato está disputando o cargo.
Para cada centro eleitoral teremos uma forma de atuação diferente por parte do candidato.
- Em centros eleitorais mais populosos o candidato precisa lançar mão de ferramentas que permitam que a sua voz chegue ao máximo de pessoas.
- Em centros eleitorais menores, é possível que o candidato dê mais atenção para os eleitores.
Dessa dualidade de cenários, surgem também diferentes formas de interação ou contato entre o político e a população: são os contatos de alta e baixa intensidade, que não passam de métodos utilizados pelos políticos para conversar com os eleitores, cada um com suas especificidades.
Os contatos de baixa intensidade atingem os eleitores de forma mais generalizada. Toda propaganda que se dirige a um indivíduo como integrante anônimo de uma população é classificada como contato de baixa intensidade. Dessa forma, o que distingue esses contatos é a característica de individualização que o de alta intensidade tem.
Vamos esclarecer melhor essas ideias!
O princípio da individualização do contato de alta intensidade
Não há nenhuma forma de interação que seja mais eficiente no momento de conquistar algum eleitor do que o contato pessoal.
Através desse contato corpo a corpo, mesmo que brevemente, é possível que o político dê mais atenção ao eleitor e que haja uma troca de informações. Ou seja, o candidato que sai nas ruas porta a porta pode ouvir o que a pessoa tem a falar, diferentemente da interação de baixa intensidade, na qual apenas o político provedor da propaganda tem voz.
Além disso, como se trata de uma situação pouco comum, no sentido de que não é todo dia que você pode conversar com um candidato, esse momento ganha ressonância. Com isso, é provável que o eleitor conte para amigos sobre a conversa, ampliando o raio de influência desse contato.
Nesse ponto, fica claro que, caso o candidato tenha deixado uma boa impressão, ele certamente ganhará apoiadores por onde passar.
Entretanto, da mesma forma que um contato bem feito tem uma grande influência positiva, um contato mal sucedido pode ter uma repercussão negativa na formação da opinião do eleitor sobre a competência do político. Quando o contato é feito de forma displicente, antipática e desinteressada provoca hostilidade e rejeição do candidato.
“É um vaidoso”;
“Não se importa com a população” ;
“Só quer nossos votos”.
Essas frases resumem bem como o candidato vai ser reconhecido depois de um contato mal feito.
Princípio da abrangência em contatos de baixa intensidade
Como já foi dito, os contatos de alta intensidade têm grande vantagem no que diz respeito a eficiência em convencer o eleitor sobre determinada candidatura. Entretanto, muitas vezes, quando se é um político, ter um contato superficial com um grande número de eleitores pode valer mais do que realizar um número reduzido de contatos de forma mais aprofundada.
Com o advento das mídias eletrônicas e redes sociais, vivemos a ascensão da publicidade de massa, em que você pode postar, divulgar ou interagir com inúmeras pessoas ao mesmo tempo.
Nesse contexto, surgem formas de contato consideradas de baixa intensidade, pois, com essas técnicas, não há uma via de mão dupla na troca de informações entre o candidato e a população. Ou seja, apenas o provedor da propaganda tem voz. Por outro lado, a população pode levar sua mensagem instantaneamente para várias outras pessoas das mais diversas regiões.
Percebe-se então, que, mesmo que mais caras do ponto de vista financeiro, essas formas de propaganda podem influenciar radicalmente no resultado de determinadas disputas políticas.
Campanhas em grandes e pequenos centros eleitorais
Como já foi discutido, por sua maior eficiência em persuadir o eleitor, além de ter um custo reduzido para serem realizados, os contatos de alta intensidade são preferíveis em uma campanha eleitoral. Dessa forma, esperamos que ele seja uma das principais ferramentas durante a criação de uma estratégia de marketing.
Entretanto, o que vemos na realidade é o contrário, a principal forma de interação entre o candidato e os eleitores são contatos de baixa intensidade. O principal motivo dessa aparente contradição é que em grandes centros eleitorais é impossível que o candidato se comunique pessoalmente com a maior parte da população por conta da falta de tempo.
Imagine que um candidato a governador do Estado de Minas Gerais tente realizar contato direto com os eleitores. Apesar de ele ser efetivo na conquista de votos, no curto período da campanha, que não chega a durar dois meses, ele não conseguiria ver nem 10% da população do Estado. Além disso, ele não teria tempo para resolver quaisquer outros problemas que surgissem durante a sua candidatura.
Nesses casos, onde há um crescimento do eleitorado, insistir em campanhas de alta intensidade implica que o candidato vai garantir votos apenas de uma parcela ínfima da população. Assim, em esferas políticas muito abrangentes, como a federal ou a estadual, é sugerido que as estratégias de marketing sejam inclusivas. Dessa forma, certamente vão ter um maior impacto no dia da votação.
Inversamente, em pequenos centros eleitorais ou centros eleitorais “distritais”, como uma cidade pequena ou um distrito de uma metrópole, os contatos individuais que caracterizam interação de alta intensidade são não apenas possíveis, mas preferíveis.
Como trabalhar contatos de alta intensidade em grandes centros eleitorais
Como na política os problemas envolvem relações interpessoais, já é esperado que não haja uma fórmula matemática para construir uma campanha.
Agora que você já sabe o que são os contatos de alta e baixa intensidade e em quais esferas políticas eles são melhor empregados, vamos nos aprofundar na discussão e trabalhar as exceções às regras mencionadas.
Mesmo em uma pequena cidade, os candidatos a cargos eletivos locais podem usar meios abrangentes de divulgar suas candidaturas, o que é até muito comum e foge às ideias trabalhadas.
Além disso, é importante lembrar que mesmo sendo a disputa em um grande centro eleitoral, existirão contatos em específico que o candidato precisará ter como apoiadores para conseguir impulsionar a sua candidatura. É preciso que o político conheça essas pessoas e planeje com antecedência formas de conversar com elas.
A estratégia básica é limitar esses contatos da alta intensidade a situações que apenas o próprio candidato poderá resolver. Nesses momentos, caso o político não esteja presente, é provável que os resultados não ocorram da melhor maneira, comprometendo o andamento da campanha.
Vamos falar melhor sobre quem são esses contatos:
Possíveis doadores de campanha
Já discutimos sobre a necessidade do dinheiro no momento de realizar a campanha. Assim, devido a importância de se ter esses financiadores, o contato com eles tem de ser considerado de alta intensidade e de responsabilidade do próprio político.
Caso você delegue essa função a alguém, mesmo que de sua confiança, provavelmente os resultados serão inferiores do que você estando lá. É importante que haja contato pessoal, individualizado e em “via de mão dupla”. Ou seja, você vai falar e ouvir o que o contato acha das suas ideias.
Agentes da mídia
Já discutimos também sobre a importância da forma que a sua imagem chega ao eleitorado. Nesse sentido, lembre-se: somente o próprio candidato que deve falar com mídia. O político é a imagem da própria candidatura. Assim, somente você pode estampar os jornais e falar sobre todos os temas da sua campanha eleitoral com a devida firmeza.
Eleitores que ‘’representam’’ segmentos do eleitorado
Não é possível fazer o “corpo a corpo” com todo os eleitores. Entretanto, haverá segmentos da população que podem definir os rumos da eleição. Dessa forma, caso o candidato precise angariar votos em setores específicos da sociedade, é pertinente que considere esse contato como de alta intensidade.
Procure ir atrás dessas pessoas em suas próprias regiões. Caso esse segmento seja constituído de trabalhadores, faça o contato nas fábricas; caso sejam jovens, vá às universidades e a outros locais que eles frequentam; se forem sindicalistas, procure a sua sede para encontrá-los.
Esse contato é fundamental para formar uma opinião positiva do político, principalmente quando são bem noticiados.
Mas lembre-se, mesmo que seja importante haver esse contato “corpo a corpo”, ele precisa ser limitado.
Cabos eleitorais
A importância dos cabos eleitorais está relacionada com a formação da opinião pública sobre a candidatura do político. Muitos deles são considerados multiplicadores de votos. Assim, é de fundamental importância que esse contato seja de alta intensidade e que eles sejam tratados de forma especial. Os cabos eleitorais exigem ser ouvidos, querem explicações e necessitam saber das informações a partir do próprio candidato e não de seus auxiliares.
O ‘’corpo a corpo’’ em grandes centros eleitorais
Como já discutimos, as formas de contato do candidato com os eleitores variam em função de diversos fatores, entre eles: o tamanho do centro eleitoral.
Nas eleições majoritárias para governador, senado, prefeituras de grandes cidades e presidência da república, a forma de contato predominante é através de propagandas na TV e rádio, usando-se apenas o “corpo a corpo” como fato político para a mídia e para gerar um efeito positivo sobre algum encontro importante.
Por demandar do tempo do candidato, esses encontros devem ser seletivos e estratégicos. Dessa forma é preciso que o político estude formas de conseguir deixar uma boa impressão nessas situações. Para saber mais sobre quais os principais passos no momento de planejar suas estratégias de contato “corpo a corpo” leia nosso artigo sobre o tema aqui!
Tem alguma dúvida?
Caso tenha ficado alguma dúvida, nos pergunte nos comentários abaixo. A equipe do Instituto Opus, especializada em pesquisas eleitorais, ficará feliz em ajudá-lo!
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