Intenção de voto espontânea e estimulada: Entenda a diferença entre elas

5/5 - (1 vote)

As perguntas de intenção de voto são uma forma de aferir a força eleitoral de cada candidato no momento da pesquisa. É a principal pergunta de um questionário de pesquisa eleitoral e ajudam na definição das estratégias de campanha dos políticos.

Existem duas formas de se mensurar a intenção de voto: de maneira espontânea ou estimulada. Ao longo deste texto, iremos abordar detalhes de ambas.

Navegação

Pergunta de intenção de voto espontânea

A intenção de voto espontânea acontece através de uma pergunta com o enunciado:

“Se a eleição para Presidente do Brasil fosse hoje, em quem você votaria?”.

Podemos notar a ausência de um cenário hipotético e de sugestão de nomes de candidatos, o que define as perguntas de intenção de voto espontânea.

Destacamos o cargo para elucidar que é um exemplo e que deve ser alterado de acordo com o cargo ao qual a pergunta se propões a aferir.

Embora menos conhecida e divulgada, serve para sinalizar o grau de aderência do nome de um determinado candidato na cabeça do eleitorado.

O gráfico a seguir é um exemplo das intenções de voto espontâneas coletadas pelo Instituto Datafolha no ano de 2018 a respeito das eleições majoritárias – para presidente de república. Ele mostra a evolução do dado até a última pesquisa feita pelo Instituto, na véspera do primeiro turno.

Gráfico 1: Evolução da intenção de voto espontânea para presidente da república, 2018. Datafolha.

É possível observarmos a tendência de diminuição das respostas “Em branco/nulo/nenhum” e “Não sabe” e um aumento considerável da intenção de voto para os candidatos listados. Este segundo pode ser traduzido como efeito da cristalização do nome dos candidatos.

Pergunta de intenção de voto estimulada

A pergunta estimulada é realizada com um enunciado próximo ou igual a:

“Se a eleição para Presidente do Brasil fosse hoje e os candidatos fossem (MOSTRAR DISCO), em quem você votaria?”.

Nesse caso, o entrevistador porta um disco impresso com o nome dos candidatos e deve exibi-lo ao respondente após a leitura do enunciado.

Confira um exemplo de disco:

Uma segunda alternativa ao disco muito utilizada na aplicação da pergunta estimulada é a apresentação dos nomes dos candidatos do cenário por meio de uma lista. Esta permite também a variação da ordem dos nomes a cada vez que for lida pelo entrevistador através do software por onde o questionário será exibido.

A pergunta estimulada é mais valorizada pela mídia por alcançar uma comparação mais aproximada do desempenho dos candidatos listados. Mesmo que limitem as opções dos entrevistados, elas podem diminuir o número de respostas vazias e/ou indecisas, como “não sabe ou não respondeu”, por trazerem o nome dos políticos e oferecerem um reforço à memória dos respondentes. Esse método de pesquisa também é conhecido pela maior simplicidade da apuração.

Enquanto, na pesquisa espontânea, o que se consegue aferir é o grau de cristalização do nome dos candidatos, na pesquisa estimulada tem-se um retrato mais fidedigno da intenção de voto real naquele momento, uma vez que os respondentes têm conhecimento de todos os candidatos ao cargo.

A seguir, temos o exemplo da evolução da intenção de voto estimulada para Presidente da República no ano de 2018.

Se compararmos os dois gráficos apresentados, o que observamos é uma tendência de convergência dos dados referentes à pergunta espontânea no sentido dos observados na estimulada.

Essa é também uma tendência observada pelos especialistas e que acaba se confirmando nesse caso: mesmo os valores obtidos se diferindo entre a pesquisa espontânea (gráfico 1) e a pesquisa estimulada (gráfico 2), os resultados obtidos indicam uma tendência de aproximação entre ambos com o passar do tempo.

Gráfico 2:  Evolução da intenção de voto estimulada para presidente da república, 2018. Datafolha.

Diferenças entre a intenção de voto estimulada e espontânea

Como podemos acompanhar nos exemplos acima, é comum que quanto mais longe das eleições, menos interessado no pleito esteja o eleitor.

Além de estimar uma distribuição mais realista da distribuição dos votos, a pergunta de intenção de voto estimulada permite o cálculo da distribuição dos votos válidos a partir da exclusão das respostas nas opções “branco/nulo/nenhum” e “não sabe”.

A pergunta espontânea, por sua vez, funciona como um medidor da aderência do nome dos candidatos à cabeça do eleitor naquele momento da corrida eleitoral.

Ademais, é uma forma de medir o compromisso do entrevistado com o voto manifestado. É bem provável que um respondente confirme seu voto no candidato indicado nessa pergunta, uma vez que ele foi capaz de mencioná-lo sem nenhuma forma de estímulo.

Por fim, a pergunta espontânea também possibilita enxergarmos um pouco sobre o engajamento do eleitor com o pleito em questão.

Tem alguma dúvida?

Caso tenha ficado alguma dúvida, nos pergunte nos comentários abaixo. A equipe do Instituto Opus, especializada em pesquisas eleitorais, ficará feliz em ajudá-lo!

Caso queira entender melhor sobre assuntos relacionados à política, acompanhe nosso blog! Você com certeza achará outros artigos interessantes clicando aqui.

Para mais informações, fique à vontade para conversar com um de nossos especialistas!

Gostou do nosso conteúdo?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para o topo